PG On Line desvenda a modalidade que reúne força, habilidade e estratégia
A caixa aveludada do "Seu" Antônio: muito acrílico e ainda mais histórias
Segundo o diretor administrativo e financeiro da entidade, Élvio José de Souza, são 600 apaixonados em atividade,
somente no Estado de São Paulo. Desses, cerca de 200 participam do Campeonato Brasileiro, e chegam de todas as
partes do país, ostentando uma curiosa flanela suja e um punhado de botões coloridos, feitos em acrílico, cuidados
como um filho – e devidamente armazenados em belíssimas caixas de interior aveludado.
São nobres, as peças. Assim como seus donos que, curiosamente, não comemoram efusivos cada duríssimo gol
conquistado. A explicação é simples e vem do próprio diretor da federação.
somente no Estado de São Paulo. Desses, cerca de 200 participam do Campeonato Brasileiro, e chegam de todas as
partes do país, ostentando uma curiosa flanela suja e um punhado de botões coloridos, feitos em acrílico, cuidados
como um filho – e devidamente armazenados em belíssimas caixas de interior aveludado.
São nobres, as peças. Assim como seus donos que, curiosamente, não comemoram efusivos cada duríssimo gol
conquistado. A explicação é simples e vem do próprio diretor da federação.
- Gritar ou gesticular em direção ao adversário pode criar um clima tenso, durante a partida, que exige toda a concentração
possível. É um desrespeito, que pode deixar tremendo o opositor e tirar dele a força nas mãos e a postura necessária para
continuar com chances no jogo.
A flanela suja também tem sua história, como cada um daqueles homens e suas pecinhas cuidadosamente fabricadas.
Limpar os botões com o mesmo pano sempre auxilia na aderência e faz com que eles deslizem com mais facilidade pela
mesa. O material varia de cera de limpeza para móveis, à base de silicone, até carnaúba, no caso dos jogadores
nordestinos.
E se a mulher decidir lavar um desses trapos imundos? O caricaturista Haroldo George Gepp, da famosa dupla de
cartunistas Gepp & Maia, responde, francamente.
- Pode dar divórcio! Em flanela e palheta de botonista, ninguém mexe. Nem ela!
possível. É um desrespeito, que pode deixar tremendo o opositor e tirar dele a força nas mãos e a postura necessária para
continuar com chances no jogo.
A flanela suja também tem sua história, como cada um daqueles homens e suas pecinhas cuidadosamente fabricadas.
Limpar os botões com o mesmo pano sempre auxilia na aderência e faz com que eles deslizem com mais facilidade pela
mesa. O material varia de cera de limpeza para móveis, à base de silicone, até carnaúba, no caso dos jogadores
nordestinos.
E se a mulher decidir lavar um desses trapos imundos? O caricaturista Haroldo George Gepp, da famosa dupla de
cartunistas Gepp & Maia, responde, francamente.
- Pode dar divórcio! Em flanela e palheta de botonista, ninguém mexe. Nem ela!
E é a mais pura verdade. Todos reconhecem que a paixão pelo futebol de mesa é tamanha que muitas relações se acabam
por amor ao esporte. Sim, esporte de alto desempenho. A modalidade foi reconhecida assim em 1988, pelo Ministério do
Esporte do Governo Federal. Fernando Carlos Trevisan Cuartero, 37 anos, fisiologista, define bem o que os botões
significam na vida de um praticante.
- Não jogamos botão todos os dias, mas certamente pensamos em botão 24 horas por dia.
O jogador mantém há anos o que os botonistas chamam de “garagem”, uma turma que se reúne semanalmente para jogar,
de forma mais recreativa e menos competitiva. As reuniões, segundo ele, são quase “religiosas”.
- Um dia antes, eu e minha esposa lavamos o espaço e deixamos a mesa pronta e armada, só para receber uma média de
15 pessoas para nosso torneio.
E definitivamente, mulher não entra neste clube, exceto para preparar os quitutes e providenciar os refrigerantes para os
amigos do marido. Sim, um verdadeiro “Clube do Bolinha” do botão que se preze não consome bebida alcoólica durante
as partidas. E para se ter uma ideia de como o esporte ainda é essencialmente masculino, apenas quatro jovens mulheres
estão inscritas na federação – e somente duas delas disputam campeonatos profissionais pelo Brasil afora
por amor ao esporte. Sim, esporte de alto desempenho. A modalidade foi reconhecida assim em 1988, pelo Ministério do
Esporte do Governo Federal. Fernando Carlos Trevisan Cuartero, 37 anos, fisiologista, define bem o que os botões
significam na vida de um praticante.
- Não jogamos botão todos os dias, mas certamente pensamos em botão 24 horas por dia.
O jogador mantém há anos o que os botonistas chamam de “garagem”, uma turma que se reúne semanalmente para jogar,
de forma mais recreativa e menos competitiva. As reuniões, segundo ele, são quase “religiosas”.
- Um dia antes, eu e minha esposa lavamos o espaço e deixamos a mesa pronta e armada, só para receber uma média de
15 pessoas para nosso torneio.
E definitivamente, mulher não entra neste clube, exceto para preparar os quitutes e providenciar os refrigerantes para os
amigos do marido. Sim, um verdadeiro “Clube do Bolinha” do botão que se preze não consome bebida alcoólica durante
as partidas. E para se ter uma ideia de como o esporte ainda é essencialmente masculino, apenas quatro jovens mulheres
estão inscritas na federação – e somente duas delas disputam campeonatos profissionais pelo Brasil afora
- Os botões reúnem famílias inteiras, integram as crianças, os jovens, os adultos. Desperta paixões e ciúmes.
Cria histórias maravilhosas. Escolher o time chega a ser lúdico: já vi botões da Mangueira, com astros do rock,
os personagens dos Impossíveis e até os Simpsons. O botão tem a cara e o tamanho da paixão do seu dono.
12 botões e muitas lendas
Antônio de Franco Neto, o "Professor", é um dos maiores nomes do esporte no país. O homem que mantém a tradição
familiar de quatro gerações de ensinar a caligrafia perfeita a quem não nasceu com o dom de bem redigir fundou a primeira
entidade ligada à modalidade, há 48 anos. É um eterno apaixonado e conserva o hábito e o prazer de jogar até hoje, mesmo
com as restrições de saúde. Diz-se um jogador pacífico, mas admite que ao jogar com o filho, Antônio, acaba se exaltando
um pouco mais.
São do “Seu” Antônio as histórias mais curiosas sobre os loucos pela prática. Como a de um amigo que decidiu fazer uma
iluminação própria para sua mesa, para impressionar os outros colegas botonistas.
- Ele preparou tudo com o maior esmero. Fez torres de iluminação em maquete, colocou um canhão de luz por baixo. Tudo
funcionava movido a bateria de caminhão. Ele só se esqueceu de que as mesas de botão nada mais são do que uma placa
prensada com partículas da madeira. Confiante em sua invenção, chamou o amigo que, impressionado, pediu que jogassem
uma partida sem acender as luzes do cômodo. Em poucos minutos, uma fumaça charmosa deu a impressão de uma neblina
de estádio de futebol no inverno. Não precisaram de mais alguns segundos para sentir o cheiro forte de algo queimando.
Fim de jogo e todos com baldes cheios de água nas mãos para apagarem o incêndio.
O professor se recorda ainda do colega botonista que, no momento do assalto, lembrou-se de pedir aos ladrões que
O professor se recorda ainda do colega botonista que, no momento do assalto, lembrou-se de pedir aos ladrões que
levassem tudo, menos sua palheta – a lâmina de material sintético que, em contato com o botão, o faz deslizar sobre a mesa.
E explica o motivo de tamanha fixação.
- Homem troca de casa, de mulher, até de time. Mas jamais de palheta.
O “Seu” Antônio, que já jogou até dentro de uma funerária, deslizando seus ilustres botões pela mesa de mármore
do estabelecimento, reúne os amigos sempre que pode em sua ampla casa, na zona sul de São Paulo.
O salão fica tomado de jogadores e troféus, produzidos especialmente para cada dia de torneio – com data e tudo.
Na inscrição, os dizeres “Copa Amizade”.
- Homem troca de casa, de mulher, até de time. Mas jamais de palheta.
O “Seu” Antônio, que já jogou até dentro de uma funerária, deslizando seus ilustres botões pela mesa de mármore
do estabelecimento, reúne os amigos sempre que pode em sua ampla casa, na zona sul de São Paulo.
O salão fica tomado de jogadores e troféus, produzidos especialmente para cada dia de torneio – com data e tudo.
Na inscrição, os dizeres “Copa Amizade”.
Com cerca de R$ 600 reais, é possível adquirir uma mesa, seus cavaletes, os gols, bolinhas de feltro e dois times de
acrílico personalizados. E pouco importam as regras (diferentes em cada Estado do país) ou a quantidade de toques
até alcançar o gol: os laços que se criam e perpetuam a cada novo torneio informal são bem mais importantes do que
qualquer estojo aveludado.
acrílico personalizados. E pouco importam as regras (diferentes em cada Estado do país) ou a quantidade de toques
até alcançar o gol: os laços que se criam e perpetuam a cada novo torneio informal são bem mais importantes do que
qualquer estojo aveludado.
Olá, para as pessoas da Praia Grande deixamos o convite para que postem seus comentários e caso alguém tenha interesse em conhecer ou até mesmos praticar o esporte, estaremos cadastrando na intenção de formar-mos uma Associação, e assim divulgarmos em escolas e outras entidades.
CONTATO : (013) 7802-4698/ID 142*1315 - EDUARDO LEMOS
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