quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Em depoimento, mãe diz que sua companheira matou a filha

Praia Grande

De A Tribuna On-line

Créditos: Arquivo
Ana Beatriz Tossato, de 13 anos
Com informações de Fernando Diegues 

A perda de uma mochila com drogas teria motivado o assassinato de uma adolescente de 13 anos, no Jardim Anhanguera, em Praia Grande. Sua mãe, que foi presa, a atual companheira dela e o homem que registrou a garota como sua filha são acusados do crime. O corpo foi desovado em São Bernardo do Campo e um cartão de memória para celular, com fotos, ajudou no esclarecimento do homicídio.

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Ana Beatriz Tossato Ferreira de Souza foi executada em sua casa, na Rua Francisco Conrado, em 13 de junho. Ela sofreu fraturas no rosto e morreu por esganadura, explicou o delegado titular do 1º DP de Praia Grande, Luiz Evandro Medeiros.

Ao ser presa pela Polícia Civil, por força de prisão temporária, Ana Luiza deu sua versão. “Ela negou envolvimento com o tráfico de drogas”, afirmou o delegado.

“Disse que seu relacionamento com Elizabeth não estava bom e que a filha, que seria problemática, vinha interferindo na relação”. Segundo a versão da detida, no dia da morte Elizabeth estaria embriagada e começou a brigar com a vítima.

Durante a confusão, Elizabeth teria partido para a agressão. “Disse que tentou apartar, mas não conseguiu. E quando se deu conta a garota estava morta”, comentou Medeiros. 

Ele acredita que a mãe teria condições de intervir. A acusada foi encaminhada para a Cadeia Feminina de Santos, segundo dados da polícia. 

A Polícia Civil também cumpre mandados de prisão temporária contra outros dois suspeitos de terem participado do crime: Elizabeth Santos, atual companheira de Ana Luiza; e Carlos José Souza, seu ex-marido.

Investigação 

Segundo a investigação, Carlos José Bento de Souza, de 48 anos, o Azeitona, que assumiu a paternidade de Ana Beatriz mas não é o pai biológico, é envolvido com o tráfico de entorpecentes. “Testemunhas informaram que a adolescente e sua mãe (Ana Luiza Ferreira, de 28 anos) eram usadas por Carlos para entrega de drogas, no Ribeirópolis”.

O delegado contou que, no trajeto para uma das entregas nas biqueiras, a adolescente perdeu a mochila com o entorpecente. “Ela voltou para casa desesperada, chorando, e começou a pressão do tráfico para pagar pelo material”.

A situação provocou uma discussão entre a vítima, sua mãe e a companheira dela, identificada como Elizabeth Fernandes dos Santos, de 43 anos. Segundo a polícia, Elizabeth luta boxe.

“Durante a discussão, a mãe e a atual mulher teriam agredido a menina e a esganada até a morte. Essa é a versão da polícia, por meio de testemunhas”, disse o delegado.

“Dou um jeito”
Após o crime, Carlos foi chamado pelas mulheres. “Ao ver o corpo, ele diz friamente: ‘deixa que eu dou um jeito’”, contou Medeiros.

Carlos, com ajuda de Elizabeth, coloca a jovem no porta-malas do Fiesta das mulheres. “A cobrem e levam até o KM 47 da Anchieta (São Bernardo do Campo)”.

O delegado contou que, orientadas por Azeitona, as mulheres foram até a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Praia Grande. No dia 15 de junho elas registraram um BO de desaparecimento.

No documento, a mãe declarou que a menina estava rebelde e não aceitava regras dentro de casa. Ela disse que na noite do dia 14 a jovem teria juntado alguns pertences e fugido.

Corpo 

O corpo da garota foi encontrado no dia 15 de junho, por um motorista que parou em uma área de estacionamento. Ele estava com problemas mecânicos em seu veículo. A menina estava jogada em um mato após a mureta do acostamento.

Uma equipe da Polícia Militar foi até o local da desova. Sem documentos, inicialmente a jovem constou como desconhecida. A localização do cadáver foi registrada no 4º DP de São Bernardo.

Mochila
Junto ao corpo havia uma mochila. Além de roupas, a polícia encontrou um cartão de memória. Nele havia algumas fotos, incluindo uma da vítima com uniforme escolar.

O delegado explicou que foi identificada qual era a unidade de ensino e, em contato com a escola, foi apurado que uma aluna estava sumida. As investigações prosseguiram e foi levantada a história da droga com testemunhas.

O carro usado no crime já tinha sido vendido, mas foi localizado e apreendido, no último dia 18. A perícia no automóvel, com uso do reagente luminol, indicou vestígios de sangue.

A partir do laudo do luminol, foi pedida a prisão temporária do trio. Ana Luiza foi localizada na segunda-feira. Na tarde de nesta quarte-feira, os outros dois suspeitos permaneciam foragidos.

Chefiados por Ricardo Mendes e coordenados pelo delegado, participam das investigações os policiais civis Celso, Vanda, Bento e Sílvia. Denúncias que ajudem no caso podem ser feitas pelo telefone 3473-4959. Não é preciso se identificar.

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