sábado, 29 de outubro de 2011

PM mata ex-mulher com oito tiros e se suicida em Praia Grande

Tragédia


Eduardo Velozo Fuccia
Créditos: Irandy Ribas
Velório de Fabiana ocorreu em Praia Grande

O relógio marcava ontem 16 horas quando duas famílias choravam a trágica perda de seus entes e os sepultavam nos cemitérios Morada da Grande Planície e Campo da Paz, respectivamente, em Praia Grande e São Vicente. Em outra situação, velório e enterro poderiam ocorrer em conjunto, mas não havia clima para isso.

Na Morada da Grande Planície estava o corpo de Fabiana Souza Azevedo, de 32 anos. Ela foi morta com oito tiros pelo ex-marido, o cabo da Polícia Militar Paulo Roberto Barbosa Guimarães, de 42 anos, que se suicidou em seguida com um disparo e foi sepultado no Campo da Paz.

A tragédia que atingiu as duas famílias, em especial os dois filhos gêmeos do casal, atualmente com 7 anos, aconteceu sexta-feira à noite, na casa da Rua Engenheiro Antonio Lotuffo, 921, em Tude Bastos, Praia Grande. Nesse endereço, Fabiana morava havia cinco meses, desde que se separou de Paulo Roberto.

Reiteradas agressões por parte de Paulo Roberto, que era lotado no Tribunal de Justiça Militar, na Capital, motivaram a separação, após o casal conviver por nove anos. Enquanto morou junto com o marido, Fabiana nunca o denunciou e explicou o porquê na tarde da última quinta-feira.

Nesta data, ela compareceu à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Praia Grande e disse que sofreu várias agressões do marido, durante os nove anos em que viveram juntos, apesar de nunca comunicar os casos à polícia. Alegou que o seu silêncio, até então, devia-se ao medo de represálias e à preocupação em poupar os filhos.

Ainda conforme a vítima, a última agressão de Paulo Roberto contra ela foi há cinco meses, quando houve a separação. Porém, insatisfeito com o fim do relacionamento, o policial militar a estaria ameaçando de morte por meio de mensagens de texto que encaminhava para o celular dela.

“Maldita”, “Vou acabar com você”   “Vou te seguir em casa e no trabalho”, de acordo com Fabiana, foram algumas das mensagens que o ex-marido encaminhou. Preocupada com a possibilidade de as ameaças se materializarem em realidade, pela primeira vez, a mulher pediu apoio às autoridades.
Créditos: Irandy Ribas
Homicídio seguido de suicídio ocorreu na Rua Engenheiro Antonio Lotuffo

A delegada Rosemar Cardoso Fernandes registrou boletim de ocorrência versando sobre violência doméstica (Lei Maria da Penha), injúria e ameaça, orientando a vítima sobre o prazo decadencial de seis meses para ela oferecer representação contra o ex-marido a fim de processá-lo.

Fabiana, porém, não teve tempo para adotar qualquer outra providência. Eram cerca de 23 horas de sexta-feira quando Paulo Roberto chegou na casa dela empunhando uma pistola Taurus, de calibre ponto 40, pertencente à Polícia Militar. Uma conhecida da vítima estava na residência e o cabo ordenou que ela saísse.

Já fora do imóvel, essa testemunha relatou que escutou o policial militar gritar “eu te avisei” para a ex-mulher. Em seguida, vários tiros foram ouvidos. Oito acertaram Fabiana. O nono e último foi disparado por Paulo Roberto na parte inferior do seu queixo e o projétil atingiu a cabeça.

O casal morreu no local. O delegado Siulen Vieira Leung e peritos criminais compareceram ao imóvel e se depararam com os corpos de Fabiana e Paulo Roberto no sofá em meio a uma grande poça de sangue. No chão, próximo ao pé do cabo da PM, estava a pistola pertencente à corporação e três carregadores com um total de 24 cartuchos intactos.

O celular de Fabiana contendo as mensagens ameaçadoras do ex-marido foi apreendido pelo delegado para ser submetido à perícia. Na Avenida Ministro Marcos Freire, próximo ao terminal rodoviário de Tude Bastos, foi localizado e apreendido o Ford Fiesta do policial militar. Além dos dois filhos gêmeos, a mulher deixa um terceiro, com 12 anos, de um relacionamento anterior.

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