Paixão pelo futebol de botão leva torcedor a recriar glórias do XV

Rui Kleiner fez o time campeão deste ano e presenteou Moisés Egert

A diversão das crianças de hoje é brincar em jogos virtuais em computadores e videogames. Mas antigamente, a grande paixão dos meninos era o jogo de botão. Viver seus grandes ídolos da bola é muito fácil quando se vê em três dimensões, mas as placas redondas de acrílico ou plástico serviam para dar vida aos craques em outras épocas. Manter essa mania é o hobby de Rui Kleiner, músico e conselheiro do XV de Piracicaba.  

"Quando eu tinha seis anos, ganhei meu primeiro time de botão, que vinha junto com um revista. E nunca mais deixei de jogar. Até que há quatro anos resolvi fazer os meus próprios. Faço de vários times, mas é logico que meu coração alvinegro fala mais alto", explica o músico.

E foi com este amor pelo Nhô Quim que Kleiner começou a pesquisar sobre as grandes glórias do clube e recriar os antigos esquadrões. Todos os "jogadores" são devidamente identificados com o nome e a foto da época em que defendeu as cores preto e brancas. Os goleiros feitos de acrílico ou madeira levam nas costas a história dos feitos da equipe. Na coleção alvinegra, já são 20 times que já ganharam títulos, como o primeiro da história, o Piracicabano de 1914, e a equipe que ganhou o Estadual de 1947. "Esse time tem dezenove jogadores, porque nas súmulas da época todos jogaram, então não podia deixar ninguém de fora", afirma.

Há ainda times com histórias marcantes, como o time que venceu o Santos de Pelé, em 1972, ou o gol misterioso de Russo, em 1949. Segundo contava o historiador Delfim Rocha Neto, o jogador bateu uma falta na lateral direita do campo, que ficava na Rua Regente. O vento no dia era muito forte e a bola pegou efeito e voltou para Russo, que marcou o gol de cabeça. 

Confira galeria de fotos dos times de botão

O historiador, por sinal, também tem seu representante de botão. Ele foi goleiro reserva do XV de Piracicaba em 1937 e pela sua história de identificação com o clube não poderia ficar de fora. "Esse time ficou com dois goleiros, tive que fazer um do Rocha Neto e do titular, o Eduardo", conta Kleiner.

O músico também faz outros times, todos sob encomenda, para compradores que gostam de relembrar as glórias de seus clubes de coração. Alguns times que já desapareceram do mundo também estão imortalizados nos botões, como o Araçatuba e o time do Luiz de Queiróz. "Essa equipe jogava sempre contra o XV, eram as duas equipes da cidade, existia até uma rivalidade, somente depois que o alvinegro subiu para a primeira do Paulista ele começou a perder força".

O torcedor fanático faz esses botões e gosta de presentear os vitoriosos pelo XV de Piracicaba. Nesta segunda-feira (4) o técnico Moisés Egert foi presenteado com a equipe que venceu a Série A2 do Campeonato Paulista no primeiro semestre deste ano. Egert já havia ganhado outra réplica, a do título da série A3 do Paulista no ano passado.

"Eu fiz uma promessa para o Moisés. Todas as vezes que ele ganhar um título em faço um time de botão com os jogadores campeões. Espero fazer mais um monte para ele e o de campeão do Paulistão", brinca Kleiner.