sábado, 8 de outubro de 2011

Homem aplica golpe do falso emprego em Mongaguá

EstelionatoEduardo Velozo Fuccia


Distribuídos pelas ruas e afixados em postes e tapumes de obras da região, os panfletos anunciavam uma boa proposta de trabalho para quem está desempregado e não possui experiência profissional. Mas na realidade tudo não passava de um golpe, que foi elucidado por policiais da Delegacia de Mongaguá.

Salário de até R$ 980,00, com direito a cesta básica, vale transporte, vale refeição e convênio médico eram oferecidos para candidatos ao cargo de porteiro. O chamariz utilizado no estelionato se completava com a informação de que os
interessados podiam ser de ambos sexos e ter entre 18 e 65 anos de idade, sendo dispensável qualquer experiência.

Esses dizeres seduziram Marisa Nunes, de 60 anos, e a sua filha, Cristiane Regina Nunes da Paz, de 25. Moradoras em Mongaguá, elas foram a um escritório na Avenida Monteiro Lobato, em Agenor de Campos, naquela cidade, e se matricularam em um curso com duração de uma semana, que supostamente as capacitaria para o emprego oferecido.

Renan Romero Dias, de 26 anos, responsável pelo escritório, cobrou de cada interessada a quantia de R$ 180,00. Ao final do curso, além da emissão de certificado, seriam indicados os locais para as interessadas trabalhar. “Além de ser
enganada, me senti humilhada. 

Cheguei no local onde imaginava que fosse trabalhar e lá me disseram que não havia vaga. E se houvesse, não admitiriam pessoas no bico do corvo, em referência à minha idade”, desabafa Marisa.

Percebendo que haviam caído no golpe do emprego, mãe e filha comunicaram o caso à Polícia Civil, acrescentando que outras pessoas também foram ludibriadas. 

A equipe do delegado João José Peres Neves e do investigador Paulo César Ferreira
compareceu ao escritório, que ostenta o pomposo nome de Central de Treinamento e Assessoria Profissional. Porém, já era tarde. O local se encontrava desativado.

Os policiais apuraram que Renan possui passagens por estelionato, sendo contra ele registrados vários boletins de ocorrência na Capital por golpes semelhantes aos aplicados no Litoral Sul e na Baixada Santista.

O mesmo tipo de fraude também foi cometido pelo acusado em Santa Catarina e no Paraná, resultando na prisão em flagrante dele, no ano passado, em Florianópolis. 

Filial
Com base nos dados dos próprios panfletos usados nos golpes, os policiais se dirigiram a uma filial de Renan na Avenida Presidente Kennedy, na Vila Mirim, em Praia Grande. Lá, eles foram atendidos por dois homens, que afirmaram ser
“funcionários” do acusado. 

Informados sobre a investigação, os empregados disseram que já desconfiavam do patrão, em razão do grande número de reclamações de pessoas que realizaram o curso preparatório e não conseguiram os empregos prometidos.

No escritório de Praia Grande foram apreendidos vários documentos, panfletos e apostilas de curso que comprovam materialmente o estelionato praticado. Na filial também havia um registro da microempresa gerenciada por Renan.

Registrada perante a Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp), a firma está em nome de Ana Paula Ferreira Gonçalves, de 22 anos. Egressa da cadeia feminina de Paulínia (SP), ela possui passagens pelos crimes de estelionato e formação de quadrilha. 

Como Renan, o seu atual paradeiro é ignorado.

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